Reestatizaremos os correios e os
sistemas de ônibus, trens, água e energia, para acabar com o grande roubo que
significaram as privatizações.
Forneceremos banda larga
gratuitamente para todas as casas do país, criando um novo serviço público,
impulsionando a economia e conectando comunidades.
Acabaremos com o banco de alimentos [um
auxílio para os mais pobres] e tiraremos crianças e aposentados da pobreza. Todos
terão acesso a alimentos saudáveis, nutritivos e produzidos de forma
sustentável.
Aprovaremos um salário mínimo real
de, pelo menos, 10 libras (55 reais) por hora para todos os trabalhadores - com
direitos iguais desde o primeiro dia de trabalho. Acabaremos com a insegurança
e a exploração eliminando as contratações precárias e fortalecendo os direitos
sindicais.
As medidas acima são apenas algumas
dentre as divulgadas em um recente manifesto do Partido Trabalhista britânico para disputar as próximas eleições.
As propostas surpreendem.
Principalmente por se tratar de um partido que, no final dos anos 1990, passou
a fazer enormes concessões ao neoliberalismo e tornou-se cúmplice das políticas
de guerra do imperialismo estadunidense.
Mas o documento também demonstraria uma
radicalidade política que a esquerda há tempos não adota em lugar
algum. No Brasil, por exemplo, nenhum partido de esquerda com potencial
eleitoral defende um programa geral de reestatização.
O fato é que diante de uma direita
cada vez mais extremista, temos nos limitado a defender uma democracia que se
revela como farsa insustentável na realidade cotidiana das grandes maiorias
exploradas do país.
Ainda assim, a radicalização dos
trabalhistas ingleses parece tardia. O que dizer, então, da radicalidade que nossa
realidade impõe, mas insistimos em ignorar?
Continua...
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Girar
à esquerda sem moderação
Sergio, conheci alguns pontos desse manifesto do Partido Trabalhista em uma comparação irônica dele com o PSOL, feita pelo Vladimir Safatle. Ele dizia que esse manifesto estava mais à esquerda que as muitas propostas de um partido considerado bem à esquerda que era o PSOL.
ResponderExcluirSim, é isso que estou querendo começar a discutir com essa pílula. Vou tentar entrar nesse debate proposto pelo Safatle (e alguns outros) no sentido de que é preciso mais radicalização contra Bolsonaro e não uma moderação destinada a parecer como defesa do estado de coisas terrivelmente injusto da sociedade brasileira.
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