“O futuro precisa tomar para si a metáfora das plantas”, diz Stefano Mancuso em seu livro “Revolução das plantas”. Nele, o botânico italiano defende as formas descentralizadas e coletivas de organização das plantas como inspiração para nossa vida social. Segundo ele:
As sociedades que no passado se desenvolveram graças a uma rígida divisão funcional do trabalho e a uma estrita estrutura hierárquica devem, no futuro, estar ao mesmo tempo ancoradas no território e descentralizadas, deslocando o poder decisório e as funções de comando para as várias células de seu corpo e transformando-se de pirâmides em redes distribuídas horizontalmente.
Por causa da internet, os casos de organizações não hierárquicas e distribuídas, semelhantes às estruturas das plantas, multiplicam-se, ganham apoio e, acima de tudo, produzem excelentes resultados. A Wikipédia é um excelente exemplo de como uma organização vegetal pode ser estruturada.
Graças à contribuição de milhões de colaboradores, sem qualquer forma de organização hierárquica e sem incentivo financeiro, a Wikipédia tinha equivalente a mais de 2 mil volumes impressos da Enciclopédia Britânica no final de 2016.
Ora, diz o autor, estruturas semelhantes existem há muito tempo: são chamadas de cooperativas. E suas falhas, afirma ele, muitas vezes decorrem “de terem desistido de atuar como estruturas vegetais para se transformarem em organizações hierárquicas animais, perdendo a flexibilidade...”
O modelo vegetal combinado “com o poder extraordinário das redes atuais”, pode representar uma alternativa válida para o futuro. Deixar essa possibilidade coincidir com os interesses “dos gigantes da web que acumulam enormes lucros nas mãos de alguns seria catastrófico”, conclui Mancuso.
Apoiado, mas com um ajuste. A catástrofe já é realidade.
Leia também: O socialismo inspirado pelas plantas
Muito bom
ResponderExcluirObrigado, Débora.
ExcluirBeijos