Continuamos comentando o livro de João Cezar de Castro Rocha, “Guerra cultural e retórica do ódio”. Ontem, começamos a falar sobre a utilização da redundância como recurso da técnica discursiva de Olavo de Carvalho.
“O excesso desse recurso no texto impresso, diz o autor, em nada contribui para a inteligência da reflexão. Torna-se uma forma autoritária, que inibe a crítica e desmobiliza questionamentos. Afinal, já se disse tudo e mais um tanto de tanta coisa o tempo todo…”
Rocha cita algumas afirmações muito comuns nos livros de Olavo de Carvalho: ...história toda do Ocidente inteiro; gerações inteiras; movimento comunista em massa; um exército inteiro; a putada comunista inteira...
Outra mania do maníaco astrólogo metido a erudito é a “autoproclamação hiperbólica e confirmatória”. Por exemplo, “eu escrevo mil vezes melhor; o que eu escrevo é vivo, é engraçado”...
Acusar o oponente de ser analfabeto funcional é outra forma de desqualificação olavista muito utilizada. Mesmo que o que esteja em questão não seja nem a leitura nem a interpretação de qualquer texto.
Afinal, como alguém pode discordar das geniais hipóteses do autor, pergunta Rocha. Segundo ele, “quem o faz, batata!, simplesmente não foi capaz de entender a complexidade do texto”.
Os discípulos de Olavo de Carvalho adoram utilizar esses e outros truques e recursos. Com o agravante de que a grande maioria deles não dispõe de formação sólida em área alguma do conhecimento.
O resultado, diz o autor, é o caos cognitivo que domina o cenário brasileiro contemporâneo, numa mescla explosiva de analfabetismo ideológico e idiotia erudita.
Na próxima pílula, a paranoia anticomunista do bolsolavismo.
Leia também: Olavo de Carvalho e a paciência do Jó revolucionário
Cara, muito bom. Tinha um amigo bolsonarista que fazia exatamente isso, chamava todo mundo de burro e ignorante.
ResponderExcluirPois é, triste
Excluir