A análise acima é do livro “O Mandato do Céu”, de Nigel Harris. Seriam os fatores destacados pelo autor que explicariam o idealismo filosófico do pensamento maoísta. Os elementos principais das concepções de Mao são de ordem moral. Para ele, o entusiasmo e a consciência, tão vitais nos pequenos partidos, são os fatores históricos decisivos, não a contradição entre forças produtivas e relações de produção. Não à toa, Mao afirmava:
Os homens não são os escravos da realidade objetiva. Quando a consciência dos homens entra em conformidade com a lei objetiva do desenvolvimento das coisas, a atividade subjetiva das massas populares pode se manifestar plenamente para superar todas as dificuldades, criar as condições necessárias e levar avante a revolução. Nesse sentido, o subjetivo cria o objetivo.
Mao seguiu essa lógica até sua as últimas consequências, diz Harris. Os fatores-chave da revolução e do desenvolvimento econômico são propaganda, educação, métodos de mudança de consciência, não as forças materiais de produção. Desse modo, dizia Mao:
Em primeiro lugar, crie a opinião pública e tome o poder. Em seguida, resolva a questão da propriedade. Posteriormente, desenvolva as forças produtivas em grande escala. Esta, em geral, é a regra.
Se Marx virou Hegel de cabeça para baixo, Mao inverteu Marx, conclui o autor.
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Pois é, mas essa visão que não leva em consideração os valores subjetivos também caíram por terra. Serginho, sei que não pensa assim, mas essa Pílula tá muito economicista, um outro equivoco do comunismo.
ResponderExcluirOlha, a pílula começa comparando Mao com Lênin e Lênin dificilmente pode ser acusado de economicismo ou descaso com o elemento subjetivo. Na verdade, talvez seja o maoísmo que deveria ser considerado economicista ao subordinar a dimensão subjetiva às estruturas econômicas, uma vez que prioriza o desenvolvimento das forças produtivas em prejuízo da democratização de seu controle.
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