“Discurso de Lula na COP27 resgata papel do Brasil”, diz o título do editorial do Globo de hoje sobre o pronunciamento do presidente eleito na conferência do clima das Nações Unidas.
Mas, segundo o jornalão, Lula “errou feio” ao aceitar carona no avião de José Seripieri Junior, dono da Qualicorp, um dos maiores grupos de saúde privada do País.
Depois de saudar o pronunciamento de Lula, o editorial termina, esperando que “doravante” ele saiba “separar o espaço público de interesses privados”.
Por falar em mistura de interesses públicos e privados o jurista Conrado Hübner Mendes, tratou do tema em sua coluna publicada também hoje, na Folha. Mendes destacou a presença de seis ministros do STF na "Lide Brazil Conference", em Nova York.
O evento foi organizado pela "Lide - Grupo de Líderes Empresariais", empresa de João Doria, que segundo o articulista, dedica-se a "fazer pontes" entre o mundo corporativo e o mundo público. “Não precisa chamar de lobby se tiver apego ao eufemismo”, adverte ele.
Realmente, não há o que justifique seis dos togados mais poderosos do país juntos e misturados com quem manda em grande parte da economia nacional. Apesar disso, não houve editoriais condenatórios nem toda a comoção que se verificou no caso de Lula.
Além disso, comparando os dois casos, note-se que, diferente de magistrados pretensamente neutros, Lula nunca escondeu suas amizades com empresários desde que era metalúrgico.
Mas, de um jeito ou outro, é preciso levar a sério a advertência do colunista da Folha: “há várias formas de Bolsonaro sair vitorioso após a derrota eleitoral”. Toda essa promiscuidade é uma delas.
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