Ela afirma que sempre defendeu “a sustentabilidade da dívida pública e o rigor nos gastos do governo”. Mas, diferente do que vem fazendo o grande capital em relação ao governo eleito, pede paciência porque “o país está em escombros”.
Na mesma página, uma reportagem alerta: “Alckmin diz que novo governo não vai desfazer reformas”. Em evento com empresários no Guarujá, o vice-presidente eleito defendeu a reforma trabalhista e prometeu “quatro anos de ajuste fiscal”.
Eis aí a explicação para a boa vontade de Miriam Leitão em relação ao próximo presidente. Um governo que nem tomou posse, já se encontra cercado e chantageado pelo neoliberalismo. E ainda corre elevado risco de continuar convivendo com as ações terroristas dos bolsonaristas. Práticas às quais a “institucionalidade”, incluídas as forças repressivas, assistem com uma passividade carregada de cumplicidade.
O governo Lula dificilmente chegará a ser progressista, dadas as limitações impostas por forças que, mais do que o apoiar, o limitam. Mesmo assim, será tratado como esquerdista pelo “mercado” e comunista pela extrema-direita.
Nesse cenário, caberá aos movimentos sociais e forças de esquerda assumir a defesa de um governo que nem será um aliado tão próximo assim contra ataques que virão de vários lados. Dos fascistas, dos neoliberais e de setores do próprio campo governista. Este é o tamanho da encrenca em que nos encontramos.
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A reconstrução e participação dos movimentos sociais é essencial para direcionar este governo que entra, seja defendendo-o, seja atacando, pressionando para que vá para o lado certo da História. O espaço parlamentar é um espaço de luta que não deve ser negligenciado pelos movimentos sociais, mas sem abandonar a sua luta na ação direta, que é o seu principal espaço e papel.
ResponderExcluirConcordo, em tese. Mas acho que os movimentos sociais devem ficar ainda mais recuados do que ficaram nos primeiros governos petistas, presos entre a governabilidade supostamente aliada de um lado e a ofensiva fascista do outro
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