São necessárias também uma “redução drástica dos gastos sociais” e a “demissão de funcionários públicos”. Igualmente inadiáveis são o aumento das taxas de juros e um programa de privatizações.
Ao contrário do que possa parecer, as providências acima não dizem respeito ao consenso neoliberal, foi imposto à opinião pública mundial desde os anos 1980. O tal homem capaz de promover a austeridade fiscal era Benito Mussolini e o país em questão, a Itália de 1922.
Recém-chegado ao poder, Mussolini foi saudado pelo jornal The Economist e pela revista Times.
Essas informações estão no artigo “A paixão dos liberais por Benito Mussolini”, de Clara Mattei, professora de Economia da Nova Escola de Pesquisa Social, de Nova Iorque. O texto mostra o quanto é falsa a oposição entre liberalismo e fascismo.
Clara é autora do livro “A ordem do capital: como os economistas inventaram a austeridade e abriram caminho para o fascismo”, ainda sem tradução do inglês. O título da obra recém-lançada diz tudo.
Austeridade fiscal e fascismo têm tudo a ver. Um se alimenta do outro, há muitas décadas. Os desastres econômicos causados pela austeridade fiscal geram o enorme ressentimento social que alimenta os banquetes diabólicos dos fascistas.
Apesar disso tudo e após derrotarmos um governo fedendo a fascismo por todos os poros, os neoliberais cercam o candidato vencedor com propostas de... Adivinhem! Mais austeridade fiscal! O fascismo agradece, mantendo-se otimista quanto a um retorno em breve.
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