Doses maiores

9 de outubro de 2015

Os Estados Unidos e seu terrorismo doméstico

Em 30/04, nove pessoas foram mortas e sete feridas por um atirador em uma faculdade de Oregon, Estados Unidos. O assassino foi morto pela polícia.

Em 2/10, reportagem da BBC-Brasil informa: “Em 10 anos, EUA têm mais mortos em massacres do que em ataques terroristas”. Mais exatamente, são 40 vezes mais mortes.

De 2001 a 2011, diz a matéria, o país teve 130.347 pessoas mortas em incidentes envolvendo armas de fogo. No mesmo período, houve 3 mil mortes relacionadas a atos de terrorismo. Destas, 2.689 ocorreram nos atentados de 11 de Setembro.

A comparação já foi feita outras vezes. Mas, desta vez, foi Barack Obama que a lembrou logo depois do massacre do Oregon como parte de sua campanha pelo controle de armas nos Estados Unidos.

A dúvida que fica é por que qualificar de terrorismo algumas mortes e outras não? Pelo fato de que os autores dos primeiros são cidadãos estadunidenses? Ou, pior, pela grande frequência com que as chacinas acontecem em escolas e universidades?

Obama defende a exigência de antecedentes criminais dos compradores de armas, por exemplo. Mas muitos dos autores dos massacres tinham como antecedentes sua própria ficha escolar nos lugares em que cometeram seus crimes.

Quando lugares considerados centros de estudo e reflexão abrigam a constante ameaça de chacinas, não há como negar que há algo de muito doente na nação imposta ao mundo como modelo de democracia e justiça.

Ao invés de olhar para si mesmo, o império estadunidense vigia o mundo. Considera-se a polícia do planeta. E como todo aparato repressivo, alimenta o próprio crime que diz combater. 

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