Crise?
“Elite paulistana mantém hábitos e
faz de estabelecimentos ilhas sem crise”, diz reportagem da Folha, publicada em
18/10. Abaixo alguns exemplos:
O empresário Antônio Thamer Butros
frequenta o restaurante “A Figueira Rubaiyat”. Costuma beber de seis a 12
garrafas por dia quando está acompanhado. Entre os favoritos, o vinho Dom
Pérignon, vendido a R$ 1.028,00 a garrafa.
Francisco Chagas gerencia a churrascaria
Rodeio, onde o gasto médio dos clientes é de R$ 162,00. Mas “o prato mais
pedido é a picanha fatiada: R$ 228,00 para duas pessoas”.
A advogada Beth Mange foi a
manifestações contra o governo na Paulista. Ela culpa Dilma e Lula pela crise,
pois se “antes comprava um presente de R$ 800,00”, agora “compra de R$ 300,00”.
Já o segurança Iacov Caldas, resolveu
contextualizar: "Que crise, irmão? Crise é para quem ganha salário
mínimo."
Mas o economista-chefe da Associação
Comercial de São Paulo, Marcel Solimeo discorda:
...é como se
fosse um Titanic. Os ocupantes da terceira classe se afogam primeiro, porque
estão mais próximos da água. No entanto, quem fica nas cabines mais altas
também pode afundar se o navio continuar naufragando.
Ingenuidade?
O Congresso não regula Wall Street. Wall Street regula o Congresso.
E nós temos que quebrar esses bancos. Ir aos bancos e pedir para agirem
corretamente é meio ingênuo.
Estas palavras
são de Bernie Sanders, pré-candidato à presidência dos Estados Unidos. Foram
ditas em debate com outros concorrentes do Partido Democrata, realizado em 13/10.
Há muita
verdade nas palavras de Sanders. Difícil é enxergar qualquer dose de ingenuidade
quando o alvo de seus comentários é a elite política estadunidense.
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