Latuff |
A
Operação Bandeirante (Oban) foi criada durante a ditadura criada pelo golpe de
64. Promovia o sequestro, tortura e morte de militantes de esquerda e foi financiada
por empresários e banqueiros. É por isso que está correto considerar o regime
de 64 uma ditadura empresarial-militar.
A Oban
daria origem aos esquadrões da morte, que passou a matar suspeitos que podiam
ou não ser criminosos. Pobres e pretos eram quase todos.
A ditadura
acabou, mas as torturas e mortes continuaram nas delegacias policiais. Além disso,
comerciantes e empresários continuavam a pagar para livrar as redondezas de
seus estabelecimentos de mendigos, crianças de rua, ladrões. Sempre com os mesmos
métodos: a eliminação física.
Nos bairros
pobres, os esquadrões da morte passaram a se chamar milícias. Nas regiões ricas,
recebem o nome de operações conjuntas entre governos e setor privado. É o caso
da recente iniciativa da Federação do Comércio do Estado do Rio, que patrocinará
o policiamento de seguranças privados nas regiões da Lagoa Rodrigo de Freitas e
Parque do Flamengo.
São R$
44 milhões, 363 policiais e jovens que acabaram de deixar as Forças Armadas, fazendo
patrulhas com bicicletas e viaturas. O governo estadual entra com armas e
veículos. A população pobre e preta contribui com seus filhos sempre suspeitos,
publicamente humilhados e muitas vezes julgados e executados.
Junte-se
a isso o monopólio da liberdade de expressão para a grande imprensa, eleições dominadas
pelo poder econômico e um judiciário a serviço dos ricos. Acrescente, finalmente,
a tentativa de criar uma legislação “antiterrorista” que criminaliza os movimentos
sociais. Está feita a transição da ditadura empresarial-militar à democracia
empresarial-militarizada.
Marighela diria: mais uma democracia racionada
ResponderExcluirExatamente:
ExcluirNa Copa, democracia racionada, repressão abundante:
http://pilulas-diarias.blogspot.com.br/2014/01/na-copa-democracia-racionada-repressao.html