Honestidade
O romance “Número
zero”, de Umberto Eco, cita o livro “A liga dos honestos”, que Giovanni Mosca
publicou em 1945. A obra é sobre um coletivo que pretendia
revolucionar a política institucional através de uma atuação pautada pela mais estrita
honestidade. Uma de suas táticas era infiltrar-se entre os desonestos e
convertê-los à retidão moral. Mas o que acaba acontecendo é o oposto. São os
corruptos que ganham novos sócios e cúmplices.
Camaleão
O primeiro
volume de “Quem Foi Que Inventou o Brasil”, escrito por Franklin Martins cita
um lundu composto por Xisto Bahia e gravado em 1902. Trata-se de “Camaleão”,
cuja letra diz o seguinte:
Eu conheço muita gente,
Igual a um camaleão,
Com a cabeça diz que sim,
Com o rabinho diz que não.
(...)
As virtudes deste bicho
São de grande estimação
Ele é filho do patronato
É sobrinho da eleição.
Democracia
A origem da
palavra democracia seria a junção das palavras gregas “demo” (povo) e “kracia”
(governo). Governo da maioria, certo? Errado.
José
Hildebrando Dacanal, professor aposentado da UFRGS, avisa que “demos”, em
grego, não significa povo, mas departamento, distrito, cantão. Povo seria
melhor designado por palavras como “laos”, “oklos”, “etnos”, diz ele.
Assim,
aqueles que compareciam à Ágora, a assembleia geral, para decidir os rumos do
povo ateniense não apenas eram uma minoria, como representavam somente uns 10%
da população. Ficavam de fora escravos, mulheres, estrangeiros e trabalhadores
isolados.
O fato é que
tanto naquela época como hoje, aqueles que mais trabalham são os que menos decidem.
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