Está em
debate no Senado uma “legislação antiterrorista”. Na verdade, o alvo da proposta
é o direito de manifestação. É mais uma etapa na criminalização dos movimentos
sociais, intensificada desde Junho de 2013. A proposta é assinada pelo ministro
petista Eduardo Cardozo e seu colega tucano, Joaquim Levy.
Mas qual
seria o interesse da área econômica do governo nessa aberração jurídica? Acontece
que as tais agências de risco internacionais esperam
a aprovação da nova legislação como parte da "avaliação
institucional" do País. Se ela não for aprovada, o Brasil pode ter
problemas em sua nota de crédito.
Vem aí
uma grande crise social devido à depressão econômica causada pelos ajustes neoliberais
em curso. Vêm aí as Olimpíadas que estão removendo comunidades, atropelando direitos,
entregando o patrimônio público. Os protestos contra tudo isso vão se deparar
com um aparato de repressão ainda mais violento. E é isso que grande capital quer
ver garantido.
Estas iniciativas
fazem parte da militarização generalizada da vida nas grandes cidades
brasileiras. Um processo que prende, tortura e mata pretos e pobres, de um
lado. De outro lado, reprime cada vez mais lideranças populares, grevistas e manifestantes.
Tudo para que empresários, empreiteiros, banqueiros possam tocar seus negócios,
legais e ilegais.
Há quem
defenda, com razão, que o golpe de 64 implantou uma ditadura
empresarial-militar. Afinal, por trás dos militares, estavam grandes capitalistas.
Com muitos
sacrifícios, derrotamos a ditadura e conquistamos várias liberdades democráticas.
Mas o poder econômico continua firme e vem reduzindo a democracia ao processo eleitoral
por ele controlado. Como resultado, caminhamos rapidamente para nos tornar uma
democracia empresarial-militarizada.
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