Antes das tentativas atuais de aprovar um ajuste neoliberal, o governo Dilma já havia feito algo muito parecido em 2010/2011. Vamos refrescar a memória:
- Em fevereiro de 2010, com medo da elevação da inflação, o governo começou a subir a taxa básica de juros, que foi de 7,5% a 13,5% em agosto de 2011.
- No final de 2010, o governo apertou as contas para cumprir uma meta de superávit primário de 3,1% do PIB, quando poderia ter se limitado aos 2,42% “obrigatórios”. O arrocho foi resultado da redução de:
- Gastos públicos, que cresceram apenas 0,4% em 2011 diante dos 5,8% de média 2004-2010.
- Investimentos da Administração Pública, com queda real de 12% contra a média de 14,8% entre 2004-2010.
- Investimento das empresas estatais, que caíram 8,6% comparado à média positiva de 14% entre 2004-2010.
- No início de 2011, o governo resolveu encarecer o crédito ao consumidor . Os empréstimos a pessoas físicas desaceleraram de 11,6% em 2010 para 5,9% em 2011.
Todas essas medidas levaram à queda no consumo das famílias e do investimento privado em máquinas e equipamentos. Aí estão as principais causas de uma queda do PIB de 7,5% em 2010, para 0,1% em 2014.
Quando as consequências da crise de 2008 finalmente chegaram, encontraram a economia arriada. Ajoelhada diante do altar neoliberal.
Essas informações são pouco divulgadas ou lembradas pelos neoliberais da grande imprensa e por seus equivalentes no governo.
A nenhum deles interessa mostrar que a direção da economia do País jamais se afastou totalmente da ortodoxia neoliberal. Afinal, pretendem aplicar novas doses do mesmo veneno.
Fontes:
Ajuste fiscal: 2015 não pode repetir 2011
Ajuste fiscal e de ideias
Leia também: A ortodoxia econômica asfixia a sociedade
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