“Jovens, entre os
subúrbios e o radicalismo” é o nome da entrevista feita com o sociólogo
iraniano Farhad Khosrokhavar. Publicada pelo “Il Manifesto”, em 22/11, o
depoimento procura esclarecer como o Estado Islâmico recruta seus soldados.
O entrevistado lembra que se completaram 10 anos da
grande revolta de jovens nos subúrbios parisienses. Em outubro de 2005, durante
19 noites consecutivas, jovens pobres da periferia de Paris se revoltaram
contra a violência policial. Queimaram quase 9 mil carros e entraram em
confrontos com a polícia francesa.
Desde então, nada foi feito para melhorar a situação deste
setor da população, formado principalmente por descendentes de árabes e muçulmanos.
Ao contrário, muitos deles continuam a ser jogados nas prisões. E, como diz
Khosrokhavar:
... é justamente na prisão que muitas
vezes eles entram em contato com autodenominados pregadores que os aproximam de
uma versão integralista da religião muçulmana, viagens de iniciação, primeiro
ao Afeganistão, Paquistão ou ao Iêmen e, nos últimos anos, especialmente para a
Síria e, por fim, uma vontade de ruptura com a sociedade em que cresceram, que
se realiza em nome da Guerra Santa. Por exemplo, esse é o perfil dos autores,
particularmente jovens, dos massacres do dia 13 de novembro, assim como de
todos os atentados jihadistas cometidos na França nos últimos 15 anos. Esse
primeiro grupo de jovens provenientes das cité periféricas ou dos bairros populares, da
França assim como da Bélgica, já constituem uma espécie de exército de reserva
jihadista na Europa.
Do PCC ao Estado Islâmico, o crime e o terrorismo
agradecem pelo encarceramento racista da pobreza promovido por estados laicos.
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