Licença para citar alguns trechos de uma carta de James
Cannon a Theodore Draper, escrita em maio de 1959. Nela, o grande militante socialista estadunidense apresenta algumas das razões de sua ruptura com o Partido
Comunista de seu país:
Eu tinha gradualmente me estabelecido
numa posição segura como representante do partido, com um escritório e uma
equipe de assessores, uma posição que eu poderia facilmente manter – desde que
eu me mantivesse dentro de limites e regras definidos, sobre os quais eu sabia
tudo, e conduzisse a mim mesmo com a facilidade e a habilidade que havia se
tornado quase uma segunda natureza para mim nas longas e persuasivas lutas
fracionais.
(...)
Eu vi a mim mesmo pela primeira vez
como outra pessoa, um revolucionário que estava a caminho de se tornar um
burocrata. A imagem foi terrível e eu me afastei dela com nojo.
Eu nunca enganei a mim mesmo sequer
por um momento sobre as consequências mais prováveis da minha decisão de apoiar
Trotsky no verão de 1928. Eu sabia que eu iria perder minha cabeça e também
minha poltrona de couro, mas eu pensei: para o inferno — homens melhores do que
eu arriscaram suas cabeças e perderam suas poltronas de couro pela verdade e
pela justiça.
Sem mais, PT Saudações...
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