Em 06/11, o EcoDebate publicou o artigo “Abolicionismo
animal”, de José Eustáquio Diniz Alves. O texto defende o fim do que o escritor
M. Coetzee chamou de “campos de concentração”, referindo-se aos cativeiros que
criamos para outros animais. Os dados surpreendem:
Para alimentar uma população crescente de seres humanos
mais de 60 bilhões de animais terrestres são mortos todos os anos e a
escravidão animal é responsável pelo confinamento de 19 bilhões de galinhas,
1,4 bilhão de bovinos, 1 bilhão de porcos, 1 bilhão de ovelhas e um número
considerável de cabritos, búfalos, coelhos, capivaras, javalis, avestruzes,
gansos, perus, patos, etc., segundo dados da FAO.
Além disso, diz o autor:
...são necessários 1.500 litros para produzir um quilo de
milho, 15 mil para um quilo de carne de vaca. Isto é, quando alguém come carne
se apropria de recursos que, compartilhados, seriam suficientes para cinco,
oito, dez pessoas. Comer carne é estabelecer uma desigualdade brutal: sou eu
quem pode engolir os recursos de que vocês precisam. A carne é um estandarte e
é uma mensagem: que este planeta só pode ser usado assim se bilhões de pessoas
se resignarem a usá-lo muito menos. Se todos quiserem usá-lo igualmente não
pode funcionar: a exclusão é condição necessária — e nunca suficiente.
É por isso que o movimento pelo abolicionismo animal
defende, entre outras medidas, o “aumento das áreas anecúmenas”. Anecúmeno é o conceito grego para áreas desfavoráveis à ocupação humana.
Por trás de toda essa escravidão animal está uma ordem social injusta que também escraviza nossa espécie e ainda pode transformar a Terra em
mais um planeta anecúmeno.
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coisas mortas
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