Daqui a dois anos, completam-se os 100 anos da Revolução Russa.
Passado quase um século, a história da primeira revolução assumidamente
socialista está soterrada por mitos, distorções, mentiras, incompreensões.
Estas camadas confusas foram se acumulando não apenas por
obra da burguesia. Setores da esquerda socialista adotam e até criam muitos
dessas imprecisões. Muitas vezes, alimentam uma visão autoritária, truculenta e
grosseira da revolução liderada pelos bolcheviques, que acaba sendo muito
conveniente para os defensores da ordem.
É por isso que precisamos cada vez mais de uma
arqueologia da Revolução Russa. Um esforço para redescobrir suas grandes
conquistas, posteriormente sepultadas pela contrarrevolução stalinista. É o que
as pílulas diárias vêm tentando fazer. Abaixo, algumas delas:
Os bolcheviques queriam o fim da família para libertar as
mulheres mostra um pouco do peso do
feminismo nos primeiros anos da revolução. Algo que 1917: operárias russas atropelam bolcheviques também evidencia.
Socialistas e muçulmanos: unidade necessária destaca o importante papel dos seguidores do Islã no
processo revolucionário. Uma aliança tornada possível pelo respeito dos
bolcheviques à religiosidade popular, como descrito em Lênin em defesa da liberdade religiosa.
O indispensável combate ao racismo é destaque de Bolcheviques contra o racismo. Um avanço que, infelizmente, foi destruído pelo
antissemitismo stalinista.
Nada disso quer dizer que a Revolução Russa tenha dado
conta de todos os aspectos da luta contra a exploração e a opressão. Longe
disso. Mas foi um processo rico em experiências libertárias e combativas. Muito
diferente da caricatura a que foi reduzido por décadas de calúnias e distorções
cometidas pelo conservadorismo, tanto de direita, como de esquerda.
Novembro de 2015
"contrarrevolução stalinista", onde é o recorte?
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