“Europeus e americanos são vítimas colaterais da guerra
interna do Islã”, afirma Alfredo Valladão em artigo publicado no site da Rádio
França Internacional, em 20/01. Segundo ele:
...a guerra atual não é a da civilização islâmica contra
a civilização ocidental, mas é um conflito absoluto no seio do Islã. Xiitas
contra sunitas e, dentro do sunismo, uma miríade de correntes que vão desde os
cortadores de cabeça do dito “Estado Islâmico” até os partidos muçulmanos
moderados, passando pelos tradicionalistas da Irmandade muçulmana, os
salafistas, os adeptos da Al-Qaeda, etc. O prêmio dessa guerra de todos contra
todos é a liderança do mundo muçulmano.
Entre os 129 mortos nos recentes atentados em Paris,
estavam, pelo menos, sete muçulmanos.
No mesmo dia do ataque ao tabloide Charles Hebdo, um
carro bomba matou 33 pessoas e deixou 62 feridas no Iêmen, país muçulmano. Em
janeiro deste ano, o grupo fundamentalista Boko Haram, que se afirma muçulmano,
promoveu matou cerca de 2 mil na cidade nigeriana de Baga. Entre as vítimas, muitos
islamitas.
Iniciado no dia 3 de janeiro e concluída no dia do
atentado de Paris (7), a chacina provocou um número de mortos que pode chegar a
2.000, algo sem precedentes mesmo no universo de uma organização que supera o
Estado Islâmico em crueldade e habita um subterrâneo bizarro no qual a
violência não tem limites.
Como diz Reza Aslan, em seu livro “No god but God”, é
dentro do Islã que a batalha decisiva vem sendo travada. E, nessa batalha, são as
forças islâmicas anticapitalistas que serão capazes de derrotar o fanatismo
muçulmano, jamais o fundamentalismo imperialista.
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