O rompimento da barragem da mineradora Samarco,
pertencente à Vale, vai contaminar a região litorânea do Espírito Santo,
espalhando-se por uns 3 mil km2 no litoral norte e uns 7 mil km2 no litoral ao
sul. Serão atingidas três Unidades de Conservação, em uma área de 200 mil km no
mar.
Já são pelo menos seis mortos, 19 desaparecidos e 637
desabrigados. Os resíduos de minério ameaçam o abastecimento de água de 500 mil
pessoas.
Enquanto isso, a Samarco teve um lucro líquido de R$ 2,8
bilhões em 2014. Mas no mesmo período pagou apenas R$ 54 milhões pela
exploração em território mineiro, dos quais somente R$ 20 milhões ficaram em
Mariana. A cidade, portanto, recebeu 0,72% do lucro líquido da mineradora.
Enquanto isso, o Ibama informou que deve multar a Samarco
em R$ 250 milhões. Ou seja, menos de 10% do lucro líquido anual da empresa.
Enquanto isso, o projeto de lei nº 2946/2015 tramita na
Assembleia Legislativa de Minas visando simplificar o licenciamento ambiental.
Foi apresentado pelo Governador Pimentel e apoiado pela Federação de Indústrias
de Minas Gerais e Sindicato da Indústria Mineral do Estado de Minas Gerais.
Enquanto isso, reportagem do jornal Valor, de 24/11/2014,
dizia “Mineradoras querem rediscutir código. Doações do setor ajudaram a eleger
180 parlamentares”. A matéria referia-se ao Código da Mineração em debate no
Congresso Nacional desde aquela data.
Enquanto isso, uma página foi criada no Facebook,
dizendo: “Esse movimento visa dar apoio a SAMARCO, uma empresa que gera
milhares de empregos, hoje ela conta com o nosso apoio. SOMOS TODOS SAMARCO”. O
resto é lama...
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