Em epidemiologia, é comum afirmar que doenças mais letais
tendem a se espalhar menos. Afinal, se um vírus ou bactéria mata rápido demais,
suas vítimas têm menos tempo de contagiar outros organismos.
O Estado Islâmico (EI) pode ser comparado a uma dessas
doenças com letalidade acelerada. Seus soldados matam e barbarizam demais e
fazem inimigos por toda a parte. Inclusive, entre os próprios muçulmanos. E os
recentes ataques que promoveram fora de seu território só aumentaram a hostilidade
contra a organização.
Desse modo, o destino do EI deveria ser o mesmo que o de
um vírus como o Ebola, que mata em velocidade semelhante àquela em que pode ser
isolado. Mas para que isso aconteça, é preciso diminuir também os focos que alimentam
a “doença”.
No caso do Estado Islâmico, são vários os focos. A
começar pelo pesado armamento que recebeu dos Estados Unidos, interessados na
queda da ditadura síria. Há também o forte apoio financeiro das monarquias árabes
e do governo turco. Já a resistência popular curda, que vem impondo derrotas ao
EI, é constantemente sabotada pelos governos da região.
Não bastasse toda essa ajuda, o EI continua a ganhar seguidores
nos países europeus, graças aos governos que mantêm políticas de perseguição
aos muçulmanos dentro de suas fronteiras. É o que François Hollande está
fazendo, agora, por exemplo, ao adotar uma postura nacionalista conservadora
que deve empurrar mais gente para as fileiras dos “jihadistas”.
Ainda não se sabe ao certo qual é a origem do Ebola. Mas
o fundamentalismo terrorista do Estado Islâmico, certamente, surgiu e continua a
ser fortalecido pelo fanatismo imperialista ocidental.
Leia também: Os Estados Unidos e seu terrorismo doméstico
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