Seu mais recente livro não foge a essa regra. "A
Tolice da Inteligência Brasileira" desafia monstros sagrados da sociologia
nacional, como Sérgio Buarque de Holanda e Raymundo Faoro. Eles estariam entre
os responsáveis pela ideia de que o atraso nacional se deve à colonização
portuguesa. Corrupção, “jeitinhos”, confusão entre o público e o privado seriam
produto do desprezo lusitano pelos valores republicanos.
Essa visão alimentaria o culto a um republicanismo
anglo-saxão que simplesmente não existe. Se os governos de Inglaterra e Estados
Unidos realmente defendessem os interesses de seus povos, não estariam a serviço
de poderosos complexos industriais, militares e financeiros.
Por outro lado, é inegável que a elite brasileira se
comporta como a antiga monarquia ibérica. A jornalista Nina Lemos deu um
depoimento à revista TMP sobre a repercussão do filme “Que horas ela volta”
entre seus amigos europeus. Espantados, eles perguntavam: "É verdade que
no Brasil tem gente que não levanta para pegar um copo de água?"
Talvez, a teoria da herança portuguesa, nesse caso, faça
sentido. É o que mostra o livro “Mario Prata entrevista uns brasileiros”. Nele ficamos
sabendo que, em 1808, Dom João VI trouxe de Portugal seu “masturbador oficial”.
Parece que nem esta tarefa o rei desempenhava sozinho.
Desnecessário dizer que poucos aguentam tanta humilhação
por muito tempo sem reagir. Com exceção, claro, dos que se mantêm no posto de masturbadores
oficiais por vocação.
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Sergio, fui curioso ver do que se tratava pela chamada no mail. E, confesso, fiquei frustrado, pois não explica a história do "masturbador oficial". Que é um serviçal eu entendi. Por certo não deve ser literal, mas figuradamente era tratado assim? E quem era esse "masturbador oficial"? Que função desempenhava?
ResponderExcluirMarião, o masturbador oficial fazia exatamente o que a função descreve, acredite. Já os masturbadores contemporâneos, que eu saiba, são metafóricos. Que eu saiba...
ResponderExcluirBraço!