Doses maiores

1 de agosto de 2016

2016 A.C. (Antes de Copérnico...ou Antes do Colapso)

Em 22/06, Camilla Royle publicou “Marxismo e Antropoceno” na revista marxista britânica “International Socialism Journal”. Infelizmente, ainda sem tradução, o artigo tem como tema o que vários cientistas consideram ser uma nova era geológica, o Antropoceno.

O período substituiria o Holoceno, que corresponde aos 12 mil anos que nos separam da última Idade do Gelo. Nesse intervalo surgiram a agricultura e o que chamamos de civilização.

O Antropoceno se caracterizaria pelo forte aumento da influência de nossa espécie sobre o planeta. E em relação a esta situação, o texto faz uma afirmação interessante:

O conceito de Antropoceno representa uma mudança na forma como a humanidade se vê. Cientistas no passado demonstraram como a humanidade é insignificante; Copérnico descobriu que não somos o centro do universo e Charles Darwin mostrou que não estamos no topo de uma hierarquia evolutiva. Mas agora "o futuro do único lugar no universo onde sabemos que existe vida está em nossas mãos. De repente, depois de quase 500 anos, a humanidade está no centro da cena novamente” (Lewis, Simon e Mark Maslin, 2015, "Defining the Anthropocene", Nature, edição 519).

Ou seja, teríamos voltado ao período pré-copernicano. Não em relação a voltarmos a pensar que somos o centro do universo. Mas quanto à capacidade de sermos responsáveis por nossa própria destruição. Pelo menos é o que indicam as muitas evidências de que estamos à beira de um grande colapso ecológico.

Por outro lado, a autora considera mais apropriado chamar de "capitaloceno" um período que começou depois de Copérnico e pode terminar, brevemente, em um apocalipse ambiental. Ou social, mesmo...

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