Em 22/06, Camilla Royle publicou “Marxismo e Antropoceno”
na revista marxista britânica “International Socialism Journal”. Infelizmente,
ainda sem tradução, o artigo tem como tema o que vários cientistas consideram ser uma nova era geológica, o
Antropoceno.
O período substituiria o Holoceno,
que corresponde aos 12 mil anos que nos separam da última Idade do Gelo. Nesse
intervalo surgiram a agricultura e o que chamamos de civilização.
O Antropoceno se caracterizaria pelo
forte aumento da influência de nossa espécie sobre o planeta. E em relação a
esta situação, o texto faz uma afirmação interessante:
O conceito de Antropoceno
representa uma mudança na forma como a humanidade se vê. Cientistas no passado
demonstraram como a humanidade é insignificante; Copérnico descobriu que não
somos o centro do universo e Charles Darwin mostrou que não estamos no topo de
uma hierarquia evolutiva. Mas agora "o futuro do único lugar no universo
onde sabemos que existe vida está em nossas mãos. De repente, depois de quase
500 anos, a humanidade está no centro da cena novamente” (Lewis, Simon e Mark
Maslin, 2015, "Defining the Anthropocene", Nature, edição 519).
Ou seja, teríamos voltado ao período pré-copernicano. Não
em relação a voltarmos a pensar que somos o centro do universo. Mas quanto à
capacidade de sermos responsáveis por nossa própria destruição. Pelo menos é o
que indicam as muitas evidências de que estamos à beira de um grande colapso
ecológico.
Por outro lado, a autora considera mais apropriado chamar
de "capitaloceno" um período que começou depois de Copérnico e
pode terminar, brevemente, em um apocalipse ambiental. Ou social, mesmo...
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