“Mudar CLT vai ajudar o país a crescer”,
diz matéria “especial” do Globo, publicada em 28/07.
Para os “especialistas” consultados “a
legislação anacrônica freia a produtividade e impede expansão sustentada”. Ou
seja, a pretensão não é mudar, mas acabar com a CLT.
Algum dirigente sindical foi
convidado para falar? Claro que não. Alguma liderança dos movimentos sociais?
De forma alguma. Pelo menos um acadêmico com posições de esquerda? Nem pensar.
Os tais “especialistas” eram o
economista José Márcio Camargo e o sociólogo José Pastore. Dois consultores
muito bem pagos pelos patrões para repetir as eternas reclamações sobre o “Custo
Brasil”.
Afinal, o objetivo é mostrar que a
culpa da crise que castiga os trabalhadores é deles mesmos. São seus direitos “exagerados”
que causam sua própria situação de desemprego e salários baixos. Quanto a sermos
o país campeão em acidentes de trabalho, nenhum comentário.
Contando com a “mediação” nada
imparcial dos jornalistas Merval Pereira e Míriam Leitão, os palestrantes disseram,
por exemplo, que “terceirizar a produção é processo sem volta na economia”.
A matéria lista os “absurdos da CLT”.
Entre eles, a hora com menos de 60 minutos para trabalho noturno, descanso
obrigatório de 15 minutos para mulheres antes do início da hora extra e o prazo
de até dois anos para reclamações de trabalhadores junto à Justiça.
Camargo não se contém e classifica a
CLT de “inferno trabalhista”. Já Pastore, pede cuidado ao “tratar do que se
considera trabalho escravo de maneira genérica”.
Nem originais os dois conseguem ser. Nos
debates sobre o fim da Abolição, no século 19, também houve quem culpasse os
escravos.
A terceirização e os ratos no Congresso
Um pacto sujo em gestação
A escravidão ainda nos assombra é lamentável
ResponderExcluirÉ isso aí, Edu! Valeu!
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