A famosa parábola de Platão narra a situação
de alguns homens que sempre viveram em uma caverna. Obrigados a ficar
voltados para seu interior, eles acreditavam que as sombras projetadas nas
paredes pela luz externa representavam toda a realidade.
Quando um deles consegue sair,
descobre que do lado de fora, a vida real apresentava muito mais cores, sons,
volume, sensações. De volta à escuridão, tentou convencer seus pares da ilusão
de que eram vítimas. Foi considerado louco e morto por eles.
Os partidários do Escola Sem Partido
tentam identificar os professores de esquerda como os cultuadores das sombras
dessa fábula platônica. Seriam eles os responsáveis por manter seus alunos
escravizados a suas ideologias sombrias.
Mas o principal alvo dos defensores dessa
proposta é o direito à explicitação das diferenças. Sejam elas religiosas,
sexuais, étnicas, culturais, políticas...
Os promotores da Escola sem Partido fingem
ignorar que divergir entre si é uma das “especialidades” das forças de
esquerda. Muitas delas gostam de se considerar superior às outras. Mas nem por
isso, a maior e melhor parte delas defende exclusividade para suas visões.
Já a direita, adota um comportamento fundamentalista, tal
como definido pelo marxista Terry Eagleton em entrevista publicada pelo El País
em 12/08:
“...o fundamentalismo tem suas raízes
não no ódio, mas no medo. O medo de um mundo moderno e mutante, em que tudo
está em movimento. Onde a realidade é transitória e com um final não definido.
Onde as certezas e os pilares mais sólidos parecem ter desaparecido”.
Contra a escola das cavernas, a coragem
da educação exposta à luz do dia.
Excelente análise comparativa!
ResponderExcluirObrigado, Rosa.
ExcluirAbraço
Sim, precisamos ser rigorosos. Discordar do projeto exige também um esforço da esquerda sobre como defender suas ideias e valores sem doutrinação e com respeito pela inteligência e sensibilidade das pessoas.
ResponderExcluirAbraço!