Mas o livro não alimenta visões ingênuas sobre uma pretensa relação totalmente harmoniosa entre os indígenas e a natureza. É o que Lopes diz, por exemplo, neste trecho:
O
mundo está cheio de exemplos de degradação ambiental praticada por grupos
indígenas sem nenhuma “ajuda” de invasores ocidentais (que o digam os moas,
aves gigantescas impiedosamente transformadas em churrasco até a extinção pelos
maoris da Nova Zelândia).
Mas isso não parece valer
para os povos indígenas daqueles tempos no atual Pará:
De
alguma maneira, os xinguanos e os habitantes primevos de Marajó, de Altamira e
de outros lugares encontraram maneiras de transformar o ambiente que ocuparam —
e que exploraram de forma relativamente intensa e planejada, aliás — sem
bagunçar tudo, diferentemente do que o Estado e a iniciativa privada da
República Federativa do Brasil têm feito desde o último século.
Por isso, o autor, afirma
achar “difícil que não tenhamos nada a aprender com eles”.
O livro concentra-se
no passado distante, mas os povos indígenas continuam a nos dar lições. Um exemplo
é o que mostra estudo sobre desmatamento na Amazônia divulgado
em novembro de 2017.
Segundo o
levantamento, 83% do desmatamento na Amazônia, entre 2001 e 2015, ocorreu fora
dos territórios indígenas e áreas protegidas. Ou seja, preservar os territórios
indígenas é essencial para eles e mais ainda para o planeta.
Por isso é preciso fortalecer
a luta dos indígenas e tratá-los como aquilo que são: nossos mestres!
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