Zapear significa mudar
rápida e repetidamente de canal de televisão ou estação de rádio para encontrar
algo interessante. Não fosse por essa definição anterior, zapear hoje poderia ser
enviar um zap pelo WhatsApp.
Em 16/02/2018, no
Globo, Pedro Dória, informou que em maio do ano passado o WhatsApp tinha 120
milhões de usuários no Brasil. E que, em janeiro, éramos quase 147 milhões de
eleitores. Deste total, o articulista imagina que pelo menos 70% utilizem o
aplicativo.
O problema, diz Dória,
é que o WhatsApp é:
...o
meio de comunicação digital mais difícil de monitorar. Temos como analisar a
disseminação de dados pelo Facebook, pelo Twitter, pela web. O WhatsApp,
dedicado a conversas privadas, não raro em grupos, é fechado.
Em 19/02/2018, Mauricio Moura deu entrevista ao El
País. Executivo da Ideia Big Data, consultoria com experiência em campanhas nos
EUA e no Brasil, ele acha que o “WhatsApp vai ser mais decisivo na campanha
brasileira do que o Facebook”.
Segundo Moura, vai “ter muita fake news”
e a melhor coisa para combatê-las é o contato direto:
Em
todos os lugares em que a mensagem contra as fake news foi cara a cara, o grau
de convencimento é monstruosamente maior do que mandar um WhatsApp.
Até uns 25 anos atrás, o “cara a cara” ainda
era uma especialidade da esquerda. Hoje, boa parte de nós se limita a zapear
mensagens para nós mesmos. Nossas interações presenciais restritas a contatos
superficiais, determinados pelo calendário eleitoral.
Enquanto isso, muitos eleitores pulam de
zap em zap até cair no colo dos conservadores.
Leia
também: Nós em nossas bolhas na internete
Po, legal, gostei. Simples assim, como achei esta pérola. Primeiro a lembrança do Zapear e a similaridade com o Zap Zap como muitos costumam chamar o WatAapp. A observação dele ser uma mídia fechada, e depois o alerta para nós da esquerda que mais zapeamos para nós mesmos do que lutamos.
ResponderExcluirEstá pessimista. Sei que muitos da nova geração de esquerda utilizam muito bem esses canais, mas acho que são poucos diante de nossa (nossa mesmo) crescente alienação cibernética.
ResponderExcluirValeu!
Sergio, para muitos da nossa época que pararam de militar, sobrou isso. Nem chego a ficar pessimista, pelo menos vamos nos informando. Abraço.
ResponderExcluir