Shoshana
Zuboff é professora da Harvard Business School e autora de “The Age of
Surveillance Capitalism” (A era do capitalismo de vigilância), ainda sem
tradução.
A obra
denuncia o enorme poder dos novíssimos monopólios digitais. Em especial, a
Google. Mas também alerta para os traços neofeudais da atual fase do
capitalismo.
Comecemos pelo
que a autora chama de “primeira modernidade”. Trata-se do advento do
capitalismo, que tornou a vida “uma realidade em aberto a ser descoberta e não
uma certeza a ser encenada”. Assim, com o devido esforço, você poderia ter casa própria, automóvel e muitos eletrodomésticos.
Por volta da
segunda metade do século 20, a "segunda modernidade" permite a
centenas de milhões de pessoas acesso a experiências antes restritas a poucos:
educação universitária, viagens, maior expectativa de vida, aumento do padrão
de vida, amplo acesso a bens de consumo etc.
Já no final do
século passado, surge o culto neoliberal ao esforço individual acima de tudo e todos.
Mas com ele também veio uma enorme concentração de renda e patrimônio.
Tornou-se flagrante o predomínio da riqueza herdada sobre a conquista
meritocrática, tal como acontecia no feudalismo.
Mas como
contradições nunca deixam de surgir, no início deste século, a internete se
espalha pelo mundo. Traz consigo um enorme potencial de produção colaborativa e
sociabilidade compartilhada. Expectativa rapidamente frustrada pelo surgimento
de monstros digitais como Google e Facebook.
A esperança da
autora é a fundação de uma “terceira modernidade” baseada em “um novo
capitalismo digital racional”, apoiado “por instituições democráticas”.
Mas é mais
fácil voltarmos ao feudalismo que combinar capitalismo com racionalidade e
democracia.
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risco de nos tornarmos peixes vermelhos
Muito esperançosa essa mulher.
ResponderExcluirA história mostra que quem pensa positivo está sempre errado.
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