Reportagem publicada recentemente pela Agência Pública revela o que está por trás daquelas
“reactions” do Facebook que permitem ao usuário clicar em opções como “amei”,
“hahaha” ou “triste”, além da tradicional ”curtir”.
A matéria cita um estudo sobre esses “recursos”
feito pela pesquisadora Débora Machado, da Universidade Federal do ABC. A
pesquisa analisou 39 patentes de ferramentas do Facebook voltadas para esse
tipo de resposta.
A definição de uma dessas patentes,
por exemplo, afirma que as características de personalidade deduzidas a partir
das reações “são armazenadas junto aos perfis do usuário e podem ser usadas
para mirar, ranquear e selecionar versões de produtos” a serem oferecidas a
ele.
Outro exemplo é a patente que filtra
postagens associadas a reações “desejadas”, como aniversários de postagens e de
amizades. A partir disso, explica Débora, o Facebook pode privilegiar uma
amizade em detrimento de outra ou dar preferência a certos tipos de publicações
relacionados a determinados sentimentos. “E isso não necessariamente
corresponde aos interesses do usuário”, afirma.
Claro que não. O objetivo, aqui, é apenas
um: vender. Afinal, diz a reportagem:
Saber
quais são as emoções dos usuários é útil para anunciantes. Os anúncios são a
principal fonte de renda do Facebook, representando US$ 14,91 bilhões no
primeiro semestre de 2019 – 98,8% da receita. Das 130 patentes com a palavra
“emoção” registradas pela plataforma, 109 (84%) contêm também a palavra
“propaganda” em suas descrições.
A pesquisa confirma o alto grau de
manipulação implícita a que monopólios digitais como Facebook e Google sujeitam
seus usuários.
E vai continuar sendo assim enquanto
nos limitarmos a reagir, clicando a opção “Grrr”.
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