Há quem diga que a atual
situação de estagnação da economia mundial em breve dará lugar a outro momento
de expansão, criando empregos e elevando a renda.
Não é isso o que sugere a
realidade do último meio século. Momentos de crescimento econômico realmente
ocorrem ciclicamente, mas beneficiando cada vez menos gente. Concentrando mais
renda e reservando a minorias minúsculas a vida digna prometida pelo livre mercado.
O fato é que o capitalismo
está preso a uma tendência de fabricar lucros gigantescos, empregando cada vez menos
força de trabalho. Vejamos um exemplo retirado de “The Age of Surveillance
Capitalism” (A era do capitalismo de vigilância), de Shoshana Zuboff.
Nesse livro, ainda sem
tradução, a autora mostra
como as maiores empresas do mundo empregam pouca gente, em comparação a seu gigantesco
valor de mercado.
Desde o momento em que passaram
a vender ações em 2016, o valor de mercado da Google e do Facebook disparou. A
Google alcançou U$ 532 bilhões e o Facebook atingiu U$ 332 bilhões. A Google
emprega pouco mais de 75 mil pessoas e o Facebook cerca de 18 mil.
Enquanto isso, a General
Motors levou quatro décadas para alcançar seu maior preço de mercado: U$ 225
bilhões, em 1965. Mas empregava, naquele momento, 735 mil trabalhadores.
Felizmente, nem esses grupos
tão poderosos estão livres da luta de classes. Em maio passado, por exemplo, ocorreu
uma “paralisação feminina” em várias sedes da Google pelo mundo contra
disparidades salariais e denúncias de assédio sexual.
Os ciclos das lutas da classe
trabalhadora, sim, são os únicos com potencial para verdadeiramente expandir os
horizontes da humanidade.
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