O uso da inteligência
artificial vem se revelando extremamente problemático. Em recente artigo,
Silvia Ribeiro pesquisadora do Grupo ETC, apresenta alguns exemplos:
Ao
se basear em algoritmos determinados pelas metas comerciais dos desenvolvedores
e seu contexto econômico e cultural, ela repete esquemas discriminatórios e
racistas. Por exemplo, estão sendo usados sistemas de inteligência artificial
em instituições bancárias - para avaliação de créditos, empréstimos,
investimentos - e instituições judiciais, para administrar sentenças, locais de
detenção, etc. Em ambos os casos, foi demonstrado que o sistema é
discriminatório e racista: por exemplo, se a pessoa "avaliada" é
negra ou latina nos Estados Unidos, o sistema avalia automaticamente como menos
confiável e mais perigosa, supostamente baseado na porcentagem histórica de
pessoas presas e/ou condenadas. Como esta já é uma base racista e
discriminatória, a inteligência artificial a reafirma e a aumenta.
Mas, como mostra seu
título, o tema do artigo é outro: “Inteligência artificial aumenta o caos
climático”.
Ela cita um estudo que,
entre outros exemplos, usa como referência um automóvel, que emite em média 57
toneladas de CO2 durante sua vida útil. Pois bem:
O
treinamento de uma unidade de inteligência artificial capaz de decifrar e
manejar a linguagem poderia emitir até 284 toneladas de carbono, cinco vezes
mais. Isso significa cerca de 315 vezes as emissões de um voo de costa a costa
dos Estados Unidos e 56 vezes o consumo médio de energia de um ser humano em
toda a sua vida.
Então, sabe aquele
discurso bonitinho das grandes empresas digitais, como Facebook, Apple,
Microsoft e Google sobre fontes renováveis? Além de fake, é sujo.
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