Em um artigo publicado em 2014, o marxista canadense Bryan Palmer expõe uma caracterização do proletariado que valoriza a expropriação/desapossamento:
A expropriação é uma experiência altamente heterogênea, já que nenhum indivíduo pode se tornar despossuído precisamente da mesma forma que outro, ou viver esse processo de alienação material exatamente como outro o faria. Ainda assim, o desapossamento em geral define a proletarização. É a metafórica marca de Caim estampada em todos os trabalhadores, independentemente do nível de emprego, frequência de pagamento, status, condição de assalariado ou grau de ausência de assalariamento.
O título do texto é “Reconsiderations of Class: Precariousness as Proletarianization” e a citação aparece no livro “A classe trabalhadora: de Marx ao nosso tempo”, de Marcelo Badaró. Ela ajuda a mostrar que a exploração e a opressão assumem variadas formas, mas todas são reconhecíveis facilmente por quem as sofre.
Encerrando seu livro, Badaró afirma:
Reconhecer a heterogeneidade, a diversidade e a dinâmica histórica do sujeito coletivo classe trabalhadora, sem perder de vista sua existência como unidade relacional, é um desafio para o qual acredito que estejamos mais bem acompanhados com Marx.
O grande revolucionário alemão e seu parceiro Engels não disseram tudo sobre o proletariado e seu potencial revolucionário. Mas deixaram elementos suficientes, tanto teóricos como práticos, para armar os explorados e oprimidos não só por sua libertação, mas pela própria emancipação humana. Aquela capaz de libertar não só os que sofrem as injustiças da dominação, mas também os que exercem vergonhoso papel na condição de dominadores.
Encerram-se aqui os comentários sobre o livro de Badaró, com fortes recomendações para sua leitura.
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Vamos ver se leio mesmo. Valeu.
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