Dois astrônomos descobrem que em poucos meses um cometa destruirá a Terra. Mas seus alertas são ignorados, menosprezados ou ridicularizados por governantes e mídia. No final, o mundo acaba para todos, menos para uma pequena minoria poderosa e rica que foge do planeta num foguete.
Este é o resumo da trama de “Não olhe para cima”, grande lançamento da Netflix na virada de 2020/2021. O enorme sucesso da atração certamente deve-se às semelhanças com a vida real dos últimos tempos, em que desinformação, mentiras deslavadas e guerra de versões chegaram a um ponto inédito na sociedade de massas.
O apocalipse retratado pelo filme teve seu advento facilitado pelo que Aviv Ovadya, membro do Centro de Responsabilidade para Mídias Sociais do Instituto de Tecnologia de Massachusetts, chamou de “infocalipse”. Um fenômeno que ocorreria:
...à medida que a qualidade das informações num geral diminui, a inteligência de todos os membros da sociedade e de todas as diferentes organizações que a tornam funcional, no geral, diminui, e, se você vai muito fundo nisso, sua sociedade basicamente desmorona.
Certamente, há uns 10 anos, o filme de Adam McKay seria considerado bizarro demais. Hoje, somente seu tom fortemente satírico impede que a produção ganhe ares de documentário.
Alguns críticos condenam o filme por passar longe das causas profundas que levaram ao “desmoronamento social” de que fala Ovadya. Algo que McKay até certo ponto fez em seu filme “A Grande Aposta”, sobre a crise dos subprimes. Mas, talvez, a própria produção seja parte da “infodemia” que acomete o mundo atual. Fenômeno que abordaremos na próxima pílula.
Leia também: A verdadeira aposta é contra o capital
Bravo!
ResponderExcluirObrigado
ExcluirSerginho, ri muito, em um parágrafo vc mata todo enredo do título. É um super spoiler. Eu não ligo muito p essa história de spoiler, até pq vi o filme. Gostei quando fala ironicamente q o filme parece um documentário.
ResponderExcluirAcho que não tem spoiler porque o principal do final não foi revelado. Além disso, acho que praticamente todo mundo que lê essas pílulas já assistiu
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