O trecho acima é do livro “Sete ensaios de interpretação da realidade peruana”, de José Carlos Mariátegui, destacado por Marcelo Badaró em seu livro “A classe trabalhadora”.
Para Badaró, a elaboração do revolucionário peruano consegue:
...ao mesmo tempo, rejeitar o eurocentrismo do projeto “civilizatório” do capital e proclamar a universalidade do projeto emancipatório socialista, entendendo o vínculo necessário entre as demandas específicas dos indígenas peruanos (relacionadas à questão da terra e da exploração do trabalho, sob a égide do capitalismo em sua fase imperialista) e a luta internacional do proletariado pela revolução socialista.
Mariátegui morreu em 1930, mas sua obra permanece válida como mostra o protagonismo indígena em lutas nas mais variadas frentes. Os zapatistas liderando a última grande insurreição do século passado. Na América andina, indígenas arrancando conquistas de seus governos. Em terras brasileiras, os povos da floresta são vanguarda na luta contra o agronegócio.
Se a obra de Marx e Engels já apresentava alguns desses elementos, seu seguidor peruano usou da necessária criatividade revolucionária para a atualizar: “A consanguinidade do movimento indígena com as correntes revolucionárias mundiais é demasiado evidente para que precise documentá-la”, disse Mariátegui. Mais que as teorias, são as lutas que o comprovam.
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