Talvez,
seja melhor olhar para coisas mais concretas, como dinheiro e corrupção. Foi o
que fez Henrique Carneiro, professor de História Social da USP, em artigo
publicado no blog http://blogconvergencia.org, em 12/02.
Carneiro
lembra que o Vaticano também foi afetado pela crise mundial. Em 2012, amargou um
rombo de cerca de 19 milhões de dólares. Os gastos com processos por pedofilia
teriam agravado essa crise. Os processos levaram a indenizações que “só nos
EUA, chegaram a três bilhões de dólares em mais de três mil processos abertos”,
afirma ele.
Outro
a colocar as questões em bases bem materiais foi Eduardo Febbro, no artigo “A
história secreta da renúncia de Bento XVI”. Publicado em Carta Maior, o texto revela
toda a sujeira do Estado papal. São negociatas unindo política reacionária e montanhas
de dinheiro, que vêm dos tempos do papa falecido e beatificado recentemente.
Alguns
entendem a crise vaticana como oportunidade para uma renovação. Até religiosos
de esquerda como Frei Betto e Leonardo Boff discutem a possibilidade de eleger um
papa progressista. Nesse caso, vale o que disse o jornalista José Simão:
Não
existe papa progressista. Todo papa é contra sexo fora do casamento, contra
camisinha, contra gay, contra aborto, contra o rock e contra célula-tronco! Eu
quero ser católico, mas o papa não deixa.
O
lugar da cúpula católica é nas catacumbas. As mesmas para onde enviou os
milhões de vítimas de sua milenar intolerância.
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