De
fato, a produção mostra os torturadores estadunidenses como pessoas racionais e
equilibradas. A própria heroína, bela e fisicamente delicada, assiste às
sessões de espancamento como se fossem apenas um interrogatório um pouco mais
rigoroso.
Os
torturados, por sua vez, comportam-se como se realmente tivessem informações
importantes a esconder. Principalmente, sobre ataques terroristas contra alvos
civis. Essa impressão é confirmada quando a possibilidade de um ataque a um
hotel se concretiza.
O
filme de Bigelow dá destaque à suspensão do uso da tortura pelo governo Obama.
Mas o maior problema do filme é tratar a tortura como um método de investigação.
É muito improvável que pessoas brutalizadas forneçam informações precisas ou
úteis.
Na
verdade, tortura e terrorismo têm o mesmo objetivo: provocar pânico e
intimidação. Ambos se diferenciam nos resultados e se igualam na covardia. A tortura
é pior, pois continua a atingir suas vítimas depois de sua rendição e captura.
A
tortura pode até ter deixado de ser praticada pelas forças militares
americanas. O mesmo não podemos dizer da lógica aterrorizadora e covarde que a
justifica. Agora, na forma de aviões não tripulados que matam civis por
controle remoto.
A
escuridão se abate sobre todos os envolvidos nessa longa guerra sangrenta. Mas
o imperialismo americano comporta-se como uma estrela da morte. Sua pesada
gravidade rouba luz e gera destruição e trevas.
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