Através
desse instrumento legal muitos militantes de esquerda conseguiram acessar suas
fichas nos arquivos dos órgãos de repressão. Segundo alguns deles, o nível de
detalhamento é muito alto. São informações precisas sobre encontros e reuniões,
participação em eventos, em lutas e outras ações etc.
O
número de agentes policiais para chegar a esse nível de precisão devia ser grande.
Mas, hoje, o Estado já não deve utilizar tantos “arapongas”. Não porque se
interesse menos pelo que fazem os ativistas de esquerda. É que os próprios
militantes fazem o grosso desse serviço.
Como
diz Julian Assange, “a internet se transformou no maior instrumento de
vigilância já criado e a liberdade que ela representa está ameaçada”. O criador
do WikiLeaks fez esta afirmação em uma entrevista concedida ao Estadão, em 03/02.
Assange
afirma que “as pessoas estão fazendo bilhões de horas de trabalho gratuito para
a CIA”. Afinal, diz ele, “mesmo que você não esteja no Facebook, seu irmão está
e está relatando sobre você”. Assange exagera para valorizar seu próprio negócio:
vender informações vazadas.
Google
e Facebook são muito mais indutores de comportamento conformista que ferramentas
de vigilância política. O que não impede que venham a negociar essa montanha de
dados com governos.
Mas
não é o caso de deixar de usar a internete. Seria como se recusar a imprimir
jornais e panfletos porque cairiam nas mãos dos aparelhos de repressão. Combater
a ordem é inseparável da convivência com esses riscos.
Leia
também: Marx
e os Irmãos Marx contra a Google
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