Mas
a incapacidade de aceitar os céticos também é baseada em uma espécie de ceticismo.
Muitos religiosos, místicos, esotéricos agarram-se a suas crenças porque descreem
da espécie humana. Para eles, a humanidade é sempre culpada e jamais poderá
provar o contrário.
Por
outro lado, muitas vezes, a orfandade dos descrentes torna necessária e firme sua
aposta nos seres humanos. Não como espécie destinada ao sucesso ou à supremacia
universal. Nem na condição de ser racional, armado de verdades científicas inegáveis.
Já erramos demais adotando essas crendices.
Desde
que nos tornamos bichos humanos fizemos coisas gigantescas. A maioria delas, com
resultados trágicos, é verdade. E nos últimos 300 anos, nos tornamos perigosos
para a sobrevivência de nossa própria espécie e de outras. Mas muitos dos que não
creem se negam a delegar a responsabilidade pelo que já fomos, somos e seremos.
Esta
é a fé dos melhores ateus. Muito superior à crença no sobrenatural por parte de
quem tem como certa a maldade da natureza humana. Adeptos de líderes que, de
suas catedrais e templos luxuosos, vivem nos convidando a olhar para um abismo que eles mesmos habitam.
Que assim não seja!
gostei...
ResponderExcluirBom texto, é desse jeito!
ResponderExcluirSEr ateu pode significar um sacrifício, sacrifício este q pode valer a pena. O cerne do mesmo é saber distinguir q há pessoas e pessoas, e numa multidão em que vemos tantos em quem não se deposita nenhuma confiança, há (não raro) aqueles em q poderemos depositar toda a nossa esperança.
ResponderExcluirAfinal, a natureza humana não é só maldade, o q distingue os maldosos dos bondosos - na falta de melhores palavras - é a balança: em uns, predomina o lado mau, no outro, o bom. Vejo isso, e também racionalizo q muito das classificações q fazemos do outro tem o peso egocêntrico da relativização de juízo de valor.
Um bom texto, simples e direto.
Salete
Valeu, Salete.
ExcluirAbraço