Encerrando os comentários ao
livro de Lauro de Oliveira Lima, “Pedagogia: reprodução ou transformação”, mais
alguns de seus trechos.
Aprender (aptendere) é “pegar
no ar” algo que foi jogado, como se faz quando alimentam-se os cães: joga-se o
naco de carne para ser abocanhado, num pulo pelo animal. O professor joga,
também, o “ensino” no ar, e o aluno que “apreenda” (aprenda) se quiser e como
puder...
Citando Rousseau: “A mania
pedantesca do mestre é sempre ensinar às crianças aquilo que elas aprenderiam
melhor por si mesmas”. E Jean Piaget: “Tudo o que se ensina à criança impede
que ela descubra ou invente”. E o autor propõe:
...o ápice do êxito do
professor é TORNAR-SE DESNECESSÁRIO, suicídio profissional que só pode ser
praticado pelos educadores que, em vez de fazerem da classe um palco para seu
HAPPENING, fazem dela uma plataforma donde os jovens autônomos alçam voo para
outras galáxias!
Lima também sugere que os
professores deixem de se comportar como “capatazes encarregados de fazer os
operários trabalharem para o patrão”.
Mas como alcançar algo assim atuando
no interior de um sistema criado para fazer o exatamente o oposto? Talvez,
aproveitando suas brechas. E as mais importantes delas surgem nos momentos de
greve e outras lutas. Mas é preciso ir muito além da pauta salarial.
Operários em greve tentam superar a
mera negociação econômica quando procuram controlar a produção. Nas escolas,
não basta paralisar a fabricação de vontades domesticadas. É preciso desmontá-la
e convidar educadores, alunos e responsáveis a descobrir como criar jogos pedagógicos
no lugar de técnicas de adestramento.
Leia também: A
pedagogia que violenta carcereiro e encarcerado
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