Na campanha presidencial de
89, Fernando Collor dizia que seu adversário, Lula, confiscaria a caderneta de
poupança se fosse eleito. Mal tomou posse, foi ele que meteu a mão nas
economias da população.
Mas Collor apenas repetiu
alguns de seus antecessores. Desde o Plano Cruzado, em 1986, até o Plano Real,
houve enormes perdas para salários e poupança. Cada um desses planos mirava na inflação
e acertava nos bolsos de milhões de trabalhadores. Contra tais perdas, houve muitas greves e ações judiciais.
Muitos anos depois, chegam ao
Supremo Tribunal Federal os pedidos pela concessão da correção dessas perdas.
Foi o bastante para que uma Santa Aliança se reunisse para barrar uma
improvável decisão favorável aos poupadores.
Vinte e três “personalidades”
assinaram documento contrário ao pedido. Entre eles, o ex-presidente Fernando
Henrique Cardoso. Mas o atual ministro da Fazenda do governo petista também é
contra. Alegam que uma decisão favorável aos poupadores poderia trazer perdas
de quase R$ 150 bilhões para o governo e o sistema financeiro.
As entidades que representam
os reclamantes, no entanto, calculam um valor entre R$ 8 e R$ 18 bilhões. O que
equivale a um ano de lucros só do Itaú, por exemplo. E representa menos de 1% de
pagamentos de juros da dívida pública.
Mas petistas e tucanos têm
suas razões. Eles são os maiores beneficiários das gordas doações eleitorais dos
bancos. Precisam agradecer apoio tão generoso.
O PSDB comemora as prisões do
“Mensalão”. Os petistas denunciam o “Trensalão” tucano. Mas estão unidos no socorro
à banca financeira. Nossa poupança que se lasque.
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