Doses maiores

26 de novembro de 2013

O PT ainda é de esquerda, mas serve ao inimigo

“Cuidado, dizem os petistas, a direita pode voltar”. Sim, pode voltar, dizemos nós, e continuar a fazer o que vocês já vêm fazendo. A piada levanta uma dúvida cada vez mais presente. Afinal, o PT ainda é um partido de esquerda?

Os termos "esquerda" e "direita" apareceram durante a Revolução Francesa, em 1789. Na Assembleia Nacional, os partidários do rei sentavam-se à direita do presidente e os que simpatizavam com a revolução, à sua esquerda.

Desde então, a esquerda passou a ser identificada com as forças que consideram necessário combater a injustiça social e a desigualdade econômica. Aqueles que acreditam em reformas graduais para fazer isso passaram a ser chamados de reformistas. E os que defendem rupturas radicais, revolucionários.

Mas uma das tradições dos revolucionários é apoiar os reformistas nos momentos decisivos. O objetivo é deixar as divergências de lado para priorizar o combate à direita. Em momentos eleitorais, por exemplo. Mas nem sempre esta é a melhor opção.

É cada vez mais comum que os reformistas se unam a setores da classe dominante e sacrifiquem os interesses dos explorados e oprimidos. Nas últimas décadas, em praticamente todo o mundo, governos controlados por eles empenham-se em se mostrar mais conservadores que a própria direita.

Aqui, o PT está à esquerda de um PSDB ou de um DEM. Mas aliou-se a uma enorme parcela da direita e é dela refém. Basta olhar para as vergonhosas concessões que fez. Nada justifica o engavetamento da Reforma Agrária e o retorno das privatizações.

O PT continua sendo de esquerda. Mas aliar-se a ele seria participar de sua submissão à direita.

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