“Cuidado, dizem os petistas,
a direita pode voltar”. Sim, pode voltar, dizemos nós, e continuar a fazer o que vocês já
vêm fazendo. A piada levanta uma dúvida cada vez mais presente. Afinal, o PT ainda
é um partido de esquerda?
Os termos
"esquerda" e "direita" apareceram durante a Revolução
Francesa, em 1789. Na Assembleia Nacional, os partidários do rei sentavam-se à
direita do presidente e os que simpatizavam com a revolução, à sua esquerda.
Desde então, a esquerda passou
a ser identificada com as forças que consideram necessário combater a injustiça
social e a desigualdade econômica. Aqueles que acreditam em reformas graduais
para fazer isso passaram a ser chamados de reformistas. E os que defendem
rupturas radicais, revolucionários.
Mas uma das tradições dos
revolucionários é apoiar os reformistas nos momentos decisivos. O objetivo é deixar
as divergências de lado para priorizar o combate à direita. Em momentos
eleitorais, por exemplo. Mas nem sempre esta é a melhor opção.
É cada vez mais comum que os
reformistas se unam a setores da classe dominante e sacrifiquem os interesses
dos explorados e oprimidos. Nas últimas décadas, em praticamente todo o mundo, governos
controlados por eles empenham-se em se mostrar mais conservadores que a própria
direita.
Aqui, o PT está à
esquerda de um PSDB ou de um DEM. Mas aliou-se a uma enorme parcela da direita
e é dela refém. Basta olhar para as vergonhosas concessões que fez. Nada justifica
o engavetamento da Reforma Agrária e o retorno das privatizações.
O PT continua sendo de esquerda.
Mas aliar-se a ele seria participar de sua submissão à direita.
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