“Pelo comportamento no Facebook, um computador pode traçar um perfil
psicológico dos usuários mais preciso do que amigos ou familiares”. A espantosa
conclusão está na matéria “Você é o que você curte”, de Miguel Ángel Criado, publicada
no portal El País.
A matéria refere-se a pesquisas do Centro de Psicometria da Universidade de Cambridge e do Departamento de Ciências da Computação da Universidade Stanford. Envolve testes feitos com 90 mil usuários da rede virtual, incluindo suas curtidas.
Comparado a amigos e familiares dos pesquisados, o programa se saiu muito melhor na definição de suas personalidades do que eles. Dez curtidas bastam para definir seu perfil psicológico com maior precisão do que seus colegas de trabalho. 70 curtidas superam alguém que mora com você. Meros 150 deixam sua mãe para trás.
Segundo Michal Kosinski, um dos participantes do estudo, adivinhar os traços psicológicos dos outros é uma habilidade aperfeiçoada em milhões de anos de evolução. Mas, agora, “um modelo de computador relativamente simples baseado em uma grande base de dados nos supera com muita facilidade”.
Os estudiosos acham que essa façanha tecnológica poderia nos ajudar a “melhorar a tomada de decisões”. Por exemplo? Sintam o drama: “... na hora de uma contratação, em que político votar ou até por quem se apaixonar”.
Em futuro bem próximo podemos carregar um programinha em nossos celulares. Na hora de votar ou sair com alguém, consultamos o aplicativo e ele decidirá quem devemos eleger e a quem entregar o coração.
É o cúmulo da alienação! Perdeu o aparelho, a alma vai junto. Melhor manter um backup dela no Facebook.
Leia também: A regulamentação da mídia e a galáxia da internete
A matéria refere-se a pesquisas do Centro de Psicometria da Universidade de Cambridge e do Departamento de Ciências da Computação da Universidade Stanford. Envolve testes feitos com 90 mil usuários da rede virtual, incluindo suas curtidas.
Comparado a amigos e familiares dos pesquisados, o programa se saiu muito melhor na definição de suas personalidades do que eles. Dez curtidas bastam para definir seu perfil psicológico com maior precisão do que seus colegas de trabalho. 70 curtidas superam alguém que mora com você. Meros 150 deixam sua mãe para trás.
Segundo Michal Kosinski, um dos participantes do estudo, adivinhar os traços psicológicos dos outros é uma habilidade aperfeiçoada em milhões de anos de evolução. Mas, agora, “um modelo de computador relativamente simples baseado em uma grande base de dados nos supera com muita facilidade”.
Os estudiosos acham que essa façanha tecnológica poderia nos ajudar a “melhorar a tomada de decisões”. Por exemplo? Sintam o drama: “... na hora de uma contratação, em que político votar ou até por quem se apaixonar”.
Em futuro bem próximo podemos carregar um programinha em nossos celulares. Na hora de votar ou sair com alguém, consultamos o aplicativo e ele decidirá quem devemos eleger e a quem entregar o coração.
É o cúmulo da alienação! Perdeu o aparelho, a alma vai junto. Melhor manter um backup dela no Facebook.
Leia também: A regulamentação da mídia e a galáxia da internete
Como todo mundo tenho uma avaliação sobre os efeitos da informática nas nossas vidas. É um campo que tem surgido pessoas serias estudando sobre o assunto. Ou seja, não é o meu caso.
ResponderExcluirO que acho é que devemos ter cautela. Existe um espaço enorme entre a paranoia do admirável mundo novo e a ingenuidade de que tudo é bobagem. Estes estudos mais para admirável mundo novo sempre me causam muitas suspeitas. Eles se baseiam entre o sim e o não (curtir ou não curtir). Aí se equiparam a lógica binária. As conclusões não podem ser outras. O que curto ou não curto está tremendamente longe do ser ou não ser. Quando conseguirem interpretar os textos do meu blog, as conversas de botequim, a terapia,aí eu vou começar a ficar preocupado; ou então achar que realmente chegamos ao admirável mundo novo. O perigo destes estudos é que podem influir em relação ao senso comum. Daí não duvido que muito gente possa acreditar ser melhor votar na opção do seu google, facebook etc. Porque a verdade está neles.
Imagino que sua posição seja algo próxima a minha (pretensão e água benta...), só não consegui visualizar ela no texto. Estava implicita? Achou melhor deixar assim? Se foi isso, entendo.
Sim, Marião. Está implícita. O texto era pra ficar num tom mais irônico, mesmo. Mas outros textos meus sobre estas questões são mais claros, acho. É o caso daquele sobre inteligência artificial, que tenta relativizar o medo que esse tipo de exploração científica provoca. Na verdade, estas ferramentas serão tanto mais prejudiciais quanto mais deixarmos que nos instrumentalizem. Acho que tal como as máquinas-ferramenta absorveram a criatividade dos artesãos, os dispositivos "inteligentes" podem formatar nossa maneira de pensar. Mas tal como no caso das máquinas, sempre haverá contradições a partir das quais podemos buscar novos caminhos de modo a não só continuar usando esses instrumentos, como buscar novas formas de usá-los, não tão imbecilizantes. Ainda que esteja cada vez mais difícil.
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