Belluzzo refere-se especificamente à nova equipe econômica do governo reeleito e aos ajustes por ela anunciados. Para ele:
Essa ideia de que vai se fazer dois anos de ajuste parece
que não tem dado certo no mundo. Vamos fazer uma 'austeridadezinha', e aí a
gente sai dela em dois ou três anos. Mas ninguém menciona o fato de que
enquanto dura uma recessão vai se devastando a vida das pessoas.
Antes de Beluzzo, a Fundação Perseu Abramo já havia divulgado um documento afirmando que Dilma adotou uma estratégia “bastante conservadora e ortodoxa na política econômica”. Para quem não sabe, a fundação pertence ao PT.
Mas houve quem aprovasse. É o caso de Edmar Bacha, ex-integrante do governo Fernando Henrique e um dos criadores do Plano Real. Em entrevista ao Valor, publicada em 14/01, o teórico tucano ultraneoliberal elogiou a nomeação de Joaquim Levy e as primeiras medidas anunciadas por ele.
Para Bacha, porém, Dilma não tem a credibilidade dos tucanos para ir adiante. De qualquer modo, vontade de mostrar esse tipo de serviço não falta aos petistas que comandam o País.
E nesse mesquinho campeonato de ortodoxia neoliberal, Beluzzo é quem tem razão. Vai sobrar para a maioria pobre e explorada, seriamente ameaçada por mais uma onda de devastação econômica e social.
Leia também: Salário mínimo, neoliberalismo e cara-de-pau
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