Muito bom o texto publicado por Alexandre Marini no Observatório da Imprensa em
20/01. Intitulado “O pobre e a liberdade de expressão”, o artigo fala sobre
duas colunistas do Globo que nos últimos dias andaram publicando grossas
besteiras.
Hildegard Angel e Silvia Pilz deixaram transparecer todo seu preconceito de
classe sem maiores pudores. A primeira defendeu restrições ao acesso às praias
da zona sul carioca. A segunda reclama de supostas manias hipocondríacas dos
pobres.
As madames receberam algumas críticas duras. Foi o bastante para falarem em
“ditadura do politicamente correto”. Mas correto está Marini ao afirmar que
“não há agremiação do politicamente correto, não há Ministério do Politicamente
Correto, nem algo como uma Campanha Nacional da Correção Política”.
Ainda segundo o sociólogo, “o ‘politicamente correto’ não passa de um conceito
figurativo presente nas mentes de quem odeia ou desrespeita, usado para
eximirem-se das inúmeras bobagens que dizem e escrevem por aí...”
Faltou dizer que difusão de preconceitos contra os mais fracos não é exceção na
mídia empresarial. Basta verificar quem realmente ganha exposição nas empresas de
notícias e entretenimentos. Datena, Wagner Montes, Danilo Gentili, Rafinha,
Luciano Huck são só alguns exemplos.
Isegoria era o nome que os antigos gregos davam ao direito que todos os
cidadãos tinham de manifestar sua opinião. Um direito que inexiste no mundo em
que vivemos. Uma pequena minoria divulga suas ideias reacionárias nos grandes
meios de comunicação e suas vítimas não têm acesso aos mesmos instrumentos para
se defender.
Ou seja, se existe algum tipo de ditadura é a da estupidez política e social
gerada e reproduzida pelos monopólios de comunicação.
Leia também: Ninguém deveria rir por último
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