O governo recém-reeleito promete regulamentação da mídia. Em relação ao tema, seria
bom ler o artigo de Ignacio Ramonet publicado na Carta Maior, em 05/01. Trata-se de “O fim da televisão como a conhecemos”,
que traz informações importantes e assustadoras.
Ramonet começa dizendo que as postagens em vídeo nas redes virtuais crescem
rapidamente. É o caso da maior delas, o Facebook. Mas o Twitter também está aderindo
e o Google comprou o YouTube, já que seus 1,3 bilhões de usuários consomem
cerca de seis bilhões de horas mensais de vídeo.
Este fenômeno já vem desafiando o monopólio das emissoras de rádio e TV.
O texto cita dados de uma recente pesquisa feita no Distrito Federal do México: somado todo o tempo de visitas a redes virtuais,
a exposição diária à internet é de 8 horas, contra apenas 2 horas e 13 minutos da
televisão.
Ramonet reconhece pontos positivos na utilização das redes. Por exemplo,
a troca rápida de informação, maior agilidade na organização de
manifestações populares e movimentos sociais, verificação da veracidade de
certas notícias, revelação das conspirações dos poderosos através de
ferramentas como o WikiLeaks.
Por outro lado, o que alguns chamam de “galáxia da internete” é dominada por Google,
Facebook, YouTube, Twitter, Yahoo!, Apple e Amazon. Todas estadunidenses.
A proposta de regulamentar a mídia só avança por algum milagre. A base parlamentar
do governo já disse que não quer nem saber do assunto. Mas se o improvável acontecer,
é preciso que volte a entrar no debate o chamado marco civil da internete. Do
contrário, continuaremos a olhar para algumas estrelas e ignorar a galáxia.
Leia também: Nós
em nossas bolhas na internete
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