Arton
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Os critérios em vigência foram adotados no governo Lula. Eles preveem reajustes do Mínimo equivalentes ao crescimento do PIB de dois anos antes, mais a correção da inflação.
Em primeiro lugar, o salário mínimo diz respeito ao que os trabalhadores precisam para viver dignamente, não a quanto são capazes de produzir.
Em segundo lugar, já seria um grave erro vincular a remuneração dos explorados à produção controlada pelos exploradores, em qualquer economia capitalista. Em um país que tem uma das maiores concentrações de renda e patrimônio do mundo, trata-se de um crime social.
Os governistas dirão que houve um considerável crescimento da capacidade de compra do Mínimo nos últimos 10 anos. É verdade. Mas os atuais 724 reais estão bem distantes dos mais de R$ 3 mil defendidos pelo Dieese. Além disso, somente em 2014 seu valor real ultrapassou o de 1983.
Ou seja, em plena expansão econômica mundial, levamos mais de uma década para recuperar os patamares salariais de trinta anos atrás. Mas como alegria de pobre dura pouco, já se anuncia que o salário mínimo deve subir 50% menos nos próximos 4 anos devido à queda do PIB.
Resumindo, à diferença entre um PIB monstruoso e um patamar salarial vergonhoso, chama-se superexploração. E ao atrelamento do salário mínimo à produção capitalista, dá-se o nome de neoliberalismo. O resto é cara-de-pau e Bolsa-Família.
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