A união Bayer/Monsanto está sendo considerada a maior da
história, envolvendo 66 bilhões de dólares. Uma pechincha para o tamanho dos
lucros que virão.
A operação dará à Bayer acesso a sementes de soja e trigo,
incluindo as transgênicas. A Monsanto acrescentará à sua produção mais de 80 agrotóxicos.
Para a grande maioria da população mundial estão reservados enormes prejuízos ambientais,
incluindo sérios danos à saúde.
A “Coalizão contra os Perigos da Bayer”, de origem alemã,
diz que o monopólio imposto ao mercado pela empresa paralisa as pesquisas de
herbicidas há 25 anos. Como resultado, cada vez mais plantas se adaptam aos produtos
da empresa e os agricultores precisam utilizar mais agrotóxicos, “com efeitos
devastadores sobre a biodiversidade”.
Apesar disso, a Bayer tem reputação muito melhor que a
Monsanto. Mas não deveria. Em 2001, por exemplo, a empresa precisou retirar o
medicamento Lipobay do mercado mundial. A droga para tratamento de colesterol causou
a morte de uma centena de pessoas.
No Brasil, temos muito com que nos preocupar. Como maiores
consumidores mundiais de agrotóxicos, cada brasileiro ingere 5,2 quilos de
veneno anuais, contra os 1,8 quilos por estadunidense.
Mas não é a primeira vez que as duas empresas se unem.
Entre 1954 e 1967, elas formaram a Mobay Chemical Corporation. A principal
missão da nova empresa foi fornecer ao Exército dos Estados Unidos o Agente
Laranja. Utilizado na Guerra do Vietnã, o produto matou pelo menos 400 mil
pessoas.
Mais do que nunca, faz sentido a pergunta que faz o
documentário de Silvio Tendler, “O veneno está na mesa”: até quando vamos
engolir isso?
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gourmet
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