“First Peoples” é uma das mais recentes séries do PBS, canal
educativo estadunidense. O documentário revela fatos muito interessantes sobre
a trajetória que nossa espécie iniciou uns 200 mil anos atrás.
Há algum tempo, por exemplo, sabemos que não descendemos dos
neandertais ou de outras linhagens humanas extintas, como o “Homo erectus”, o
“Homo heidelbergensis” ou os Denisovanos. Elas correspondem a ramos evolutivos
paralelos ao nosso.
Mas a série desmente uma crença que interessa aos que
tentam tornar a competição selvagem característica inerente à natureza humana.
A de que acabamos dominando o planeta porque usamos nossas capacidades
superiores para eliminar rivais pré-históricos.
Claro que deve ter havido alguma hostilidade entre povos
tão diferentes. Mas evidências mostram que os contatos amigáveis prevaleceram e
levaram ao que os cientistas chamam de “hibridação”. Ou seja, ao bom e velho “faça
amor, não faça guerra”.
Um caso interessante é o da queratina. Herdada dos
Neandertais, ela tornou nossa pele mais resistente a climas frios. Já os
Denisovanos, deram aos tibetanos a capacidade de viver sem dificuldades a 4 mil
metros de altura, graças à menor quantidade de hemoglobina em seu sangue.
Falando em sangue, há vários tipos de glóbulos brancos espalhados
pelas populações humanas no planeta. Isso é bom porque aumenta nossa imunidade.
E parte desta diversidade pode ser consequência dos carinhos que trocamos com
nossos primos extintos.
Essas descobertas mostram como diversidade, tolerância e
solidariedade foram importantes na formação da humanidade. Desautorizam teses conservadoras,
que preferem acreditar em competição feroz e pureza racial.
Apesar disso, os defensores dessas ideias continuam por aí, rosnando e arrastando suas clavas .
Nenhum comentário:
Postar um comentário