Chegamos a mais um Dia da Pátria. É nesses momentos que
a nação deveria fazer um balanço de sua existência. Por exemplo, deveríamos
estar comemorando o 194º aniversário de nossa independência.
Mas para isso precisaríamos desconsiderar que antes do
7 de Setembro a data era comemorada em 12 de Outubro, quando coroamos Pedro I e
trocamos um imperador pelo outro. Ou, o filho pelo pai.
Também é um momento importante para lembrar a origem de
nossos símbolos nacionais. As cores da bandeira, por exemplo. O verde é da
Família Real dos Bragança. O amarelo da monarquia dos Habsburgos.
Portanto, precisamos passar por uma renovação dos símbolos nacionais que expresse a verdadeira essência de nossa história . Afinal,
tivemos três séculos de escravidão e cinco de racismo. Passamos quase metade de
nossa vida republicana sob governos ditatoriais. A outra metade foi sempre dominada
por uma democracia racionada.
Nos dois períodos, porém, torturas e prisões ilegais
jamais cessaram de ser práticas cotidianas do Estado. O pau-de-arara, por
exemplo, começou a ser utilizado no período “democrático” dos anos 1950, voltado
principalmente para trabalhadores nordestinos considerados rebeldes.
Ou seja, é urgente considerarmos seriamente a transformação
em símbolos nacionais de instrumentos muito presentes em nossa vida pública
através dos séculos. Estamos falando do pelourinho e do pau-de-arara. Talvez, da
forca também.
Cassetetes e balas de borracha ainda não adquiriram o estofo
histórico necessário.
Por fim, seria bom renovar o panteão heroico nacional. Que
tal no lugar de Zumbi, Brilhante Ustra ao lado do sanguinário Duque de Caxias?
Finalmente, teríamos uma simbologia e heróis dignos dos
valores de nossos mais convictos patriotas.
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