Não haverá, nos Estados Unidos ou em qualquer lugar
sujeito a sua jurisdição, nem escravidão, nem trabalhos forçados, salvo como
punição de um crime pelo qual o réu tenha sido devidamente condenado.
Esta é a
13ª Emenda à Constituição dos Estados Unidos. A regra é o fim da escravidão. Exceções,
só na hipótese de crime. Para os negros americanos, a exceção virou regra.
Os
homens negros representam cerca de 6,5% dos estadunidenses, mas são mais de 40%
da população carcerária.
Afinal,
num país dominado por racistas, nascer negro, ou não branco, é meio caminho
para ser considerado criminoso. A chance de um branco ser preso é uma em 17. Para
um negro, uma em três.
Tudo
isso está no documentário “13ª Emenda”, de Ava DuVernay. A excelente produção denuncia
o encarceramento em massa dos negros americanos. Uma política iniciada por Reagan,
mas mantida e reforçada pelos sucessores, incluindo Clinton e Obama.
O filma
revela uma sociedade cuja principal forma de relação com os ancestrais daqueles
que foram trazidos escravizados para a América inclui linchamentos, condenações
ilegais e execuções por policiais.
São
inúmeras as terríveis consequências sociais dessa realidade. Mas uma delas é
colocar grande parte dos negros na ilegalidade política. Uma simples ocorrência
de trânsito pode levar à perda do direito de votar.
No estado
do Alabama, por exemplo, 30% da população não pode votar. Quase todos negros, à
mercê de uma polícia quase toda branca.
Daí, a
vitória de gente como Trump ser regra e a eleição de Obama, rara exceção. E por
sua cumplicidade diante dessa realidade, uma exceção, esta sim, criminosa.
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