Ninguém
pode negar que o ano de 2016 foi muito produtivo em Brasília. Não, não se trata
dos meses gastos para depor Dilma com um golpe parlamentar. Nem do enorme tempo
perdido para afastar da presidência da Câmara de Deputados um parlamentar
coberto de acusações de corrupção. Também não caberia falar do afastamento do
presidente do Senado. Afinal, este foi revertido rapidamente quando o Supremo
resolveu ignorar a ficha suja do afastado.
O que
realmente valeu foram três dias de intenso trabalho coordenado entre governo
federal e Congresso Nacional. Tudo devidamente sacramentado pelo STF. Neste
pequeno período, as duas valorosas casas do parlamento nacional votaram quase
cinco vezes mais do que em todo ano de 2016.
Foram
62 votações envolvendo projetos de lei, vetos presidenciais, requerimentos e
propostas de emenda constitucional. Uma média de pouco mais de 20 projetos por
dia de trabalho. Em média, no restante do ano, os parlamentares votaram pouco
mais de quatro propostas por sessão.
Por isso,
caros parlamentares, “hoje, a festa é sua”! Que ninguém a estrague lembrando que
grande parte de seus pares são acusados de ter tentado “desfigurar” um
“pacote anticorrupção” para fugir de investigações e processos judiciais. Afinal,
toda essa gente acusada de ser corrupta e voltada para interesses particulares finalmente
pensou na nação.
Desde
que a constituição atual foi aprovada, em 1988, suas conquistas sociais vêm
sendo atacadas sistematicamente. Mas, agora, estes ataques parecem ter chegado
a seu auge graças ao intenso trabalho a que se dedicaram as autoridades de Brasília
neste finalzinho de 2016. Foram três dias que podem valer um retrocesso de 30
anos.
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Boa
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